Biografia de Massenet. Júlio Massenet

Jules Massenet nasceu em Manteau, hoje parte da cidade de Saint-Étienne, na França. Aos seis anos, sua família mudou-se para Paris - seu pai foi forçado a se submeter a um tratamento para doenças cardíacas. A mãe de Massenet, Adelaide, começou a dar aulas de piano. Além de outros alunos, ela também ensinou o filho, graças ao qual ele conseguiu passar nos exames e ir estudar no Conservatório de Paris. Quando a família se mudou para Chambery, Jules decidiu voltar para Paris, estabelecendo-se com parentes da primeira esposa de seu pai. Ele tocou na orquestra do Lyric Theatre em tímpanos e alguns outros instrumentos de percussão enquanto ganha a vida. Ele também trabalhou como pianista no Café de Belleville.

No conservatório, os professores a princípio não prometeram a Massenet um sucesso Carreira musical. Mas em 1862 ele foi premiado com o Prix de Rome pela cantata David Rizzio, e sua opinião mudou. Após este acontecimento, Jules partiu para um estágio em Roma, onde conheceu F. Liszt, a pedido de quem passou a dar aulas de piano à filha de Madame de Saint-Méry. Três anos depois, em 1866, sua aluna tornou-se sua esposa. Graças a este casamento, as obras de Massenet tornaram-se conhecidas e populares entre os representantes da alta sociedade. Em 1867, ele escreveu sua primeira ópera em um ato, The Great Aunt.

Foi seguido pelo dramático oratório Maria Madalena de 1873, muito apreciado por Tchaikovsky, Vincent d "Andy e Charles Gounod. Entre os professores de Massenet estava Ambroise Thomas, um compositor com conexões no mundo do teatro. Obrigado a ele, assim como ao editor Georges Gatman, que tinha nos círculos jornalísticos e popularizou o trabalho de Massenet na imprensa de massa, Jules ganhou fama e reconhecimento.

Jules Massenet participou da guerra franco-prussiana em 1870-1871, pela qual recebeu a Ordem da Legião de Honra em 1876. Em 1878 trabalhou como professor no Conservatório de Paris (entre seus alunos estavam G. Charpentier, D. Enescu, E. Chausson, S. Koechlin, R. Gunn e outros). Também neste ano foi eleito membro da Academia belas-Artes. Massenet tornou-se assim o acadêmico mais jovem (36 anos) a ser eleito para a academia.

As óperas de maior sucesso do compositor são Manon 1884, Werther 1892, Thais 1894, O Malabarista de Nossa Senhora 1902, Don Quixote 1910, escritas especialmente para Fyodor Chaliapin. Além das óperas, Massenet tem música de balé, salas de concerto, cantatas e oratórios, mais de duzentos romances e canções. Alguns de seus fragmentos instrumentais gozaram de popularidade independente e ainda são executados por intérpretes individuais ou orquestras inteiras: a dança aragonesa para orquestra da ópera Sid, a meditação para violino e orquestra da ópera Thais, a elegia para violoncelo e orquestra da música para o drama "Eriny".

Massenet trabalhava como compositor profissional, compondo músicas desde as 4 horas da manhã. Isso lhe deu a oportunidade de desenvolver fragmentos de óperas mentalmente, "na mente", e não no piano. Portanto, ele era um excelente orquestrador de suas próprias composições.

Jules Massenet morreu em Paris devido a um câncer aos 70 anos.

Nunca M. Massenet mostrou tão bem como em "Werther" as qualidades encantadoras do talento que o tornou um historiador musical da alma feminina.
C. Debussy

Ah, como doente Massenet!!! E o que é mais irritante de tudo é que neste náusea Eu sinto algo relacionado a mim.
P. Tchaikovsky

Debussy me surpreendeu ao defender essa confecção (Manon de Massenet).
Eu. Stravinsky

Todo músico francês tem um pouco de Massenet no coração, assim como todo italiano tem um pouco de Verdi e Puccini.
F. Poulenc

Opiniões divergentes dos contemporâneos! Eles contêm não apenas uma luta de gostos e aspirações, mas também a ambigüidade da obra de J. Massenet. A principal vantagem da sua música está nas melodias, que, segundo o compositor A. Bruno, “reconhecerás entre milhares”. Na maioria das vezes, eles estão intimamente ligados à palavra, daí sua extraordinária flexibilidade e expressividade. A linha entre melodia e recitativo é quase imperceptível e, portanto, as cenas da ópera de Massenet não são divididas em números fechados e episódios de "serviço" conectando-os, como foi o caso de seus predecessores - Ch. Gounod, A. Thomas, F. Halevi. Requisitos através da ação, realismo musical eram os requisitos reais da época. Massenet os incorporou de uma maneira muito francesa, ressuscitando de várias maneiras tradições que remontam a J. B. Lully. No entanto, a recitação de Massenet não se baseia na recitação solene e ligeiramente pomposa de atores trágicos, mas no discurso ingênuo do dia a dia. homem comum. Esta é a principal força e originalidade das letras de Massenet, esta também é a razão de seus fracassos quando se voltou para a tragédia do tipo clássico ("Sid" segundo P. Corneille). Um letrista nato, um cantor de movimentos íntimos da alma, que sabe dar poesia especial imagens femininas, ele frequentemente assume as tramas trágicas e pomposas da "grande" ópera. O teatro da Opera Comique não lhe basta, deve reinar também na Grand Opera, para a qual faz esforços quase meyerbeerianos. Assim, em um concerto com músicas de vários compositores, Massenet, secretamente de seus colegas, acrescenta uma grande banda de metais à sua partitura e, ensurdecendo o público, acaba sendo o herói do dia. Massenet antecipa algumas das realizações de C. Debussy e M. Ravel (estilo recitativo na ópera, destaques de acordes, estilização da música francesa antiga), mas, trabalhando em paralelo com eles, ainda permanece dentro da estética do século XIX.

A carreira musical de Massenet começou com sua admissão no conservatório aos dez anos. Logo a família se muda para Chambéry, mas Jules não pode ficar sem Paris e foge de casa duas vezes. Apenas a segunda tentativa foi bem-sucedida, mas o menino de quatorze anos conhecia toda a vida instável do boêmio artístico descrito em Cenas ... de A. Murger (a quem ele conhecia pessoalmente, assim como os protótipos de Shonard e Musetta) . Tendo superado anos de pobreza, como resultado de muito trabalho, Massenet conquista o Grande Prêmio de Roma, que lhe deu direito a uma viagem de quatro anos à Itália. Do exterior, volta em 1866 com dois francos no bolso e com uma estudante de piano, que depois se torna sua esposa. Mais biografia Massenet é uma cadeia ininterrupta de sucessos cada vez maiores. Em 1867, foi encenada a sua primeira ópera, A tia-avó, um ano depois conseguiu uma editora permanente, a sua suítes orquestrais. E então Massenet cria obras cada vez mais maduras e significativas: as óperas Don Cesar de Bazan (1872), O Rei de Lahore (1877), o oratório-ópera Maria Madalena (1873), música para as Erínias de C. Leconte de Lily (1873) com a famosa "Elegia", cuja melodia apareceu já em 1866 como uma das Dez Peças para Piano - a primeira obra publicada de Massenet. Em 1878, Massenet tornou-se professor no Conservatório de Paris e foi eleito membro do Instituto da França. Ele está no centro das atenções do público, gosta do amor do público, é conhecido por sua cortesia e inteligência eternas. O auge da obra de Massenet é a ópera Manon (1883) e Werther (1886), e até hoje soam nos palcos de muitos teatros do mundo. Até o fim da vida, o compositor não desacelerou sua atividade criativa: sem dar descanso a si mesmo ou a seus ouvintes, escreveu ópera após ópera. A habilidade cresce, mas os tempos mudam e seu estilo permanece inalterado. O dom criativo diminui visivelmente, especialmente na última década, embora Massenet ainda goze de respeito, honra e todas as bênçãos mundanas. Durante esses anos, as óperas "Thais" (1894) com a famosa "Meditação", "O Malabarista de Nossa Senhora" (1902) e "Don Quixote" (1910, segundo J. Lorrain), criadas especialmente para F. Chaliapin, foi escrito.

Massenet é superficial, considerado seu inimigo constante e rival K. Saint-Saens, "mas não importa". “... A arte precisa de artistas de todos os tipos ... Ele tinha charme, capacidade de encantar e um temperamento nervoso, embora superficial ... Em teoria, não gosto desse tipo de música ... Mas como você pode resistir ao ouvir Manon a seus pés de Grieux na sacristia de Saint-Sulpice? Como não ser capturado até o fundo da alma por esses soluços de amor? Como pensar e analisar se você é tocado?

E. Camisa

Filho do dono das minas de ferro, Massenet recebe o primeiro lições de música na mãe; no Conservatório de Paris estudou com Savard, Lauren, Bazin, Reber e Thomas. Em 1863, ele recebeu o Prêmio de Roma. Tendo-se dedicado a vários géneros, também trabalha com afinco na área teatral. Em 1878, após o sucesso de The King of Lahore, foi nomeado professor de composição no conservatório, cargo que ocupou até 1896, quando, tendo alcançado fama mundial, deixou todos os cargos, inclusive o de diretor do Institut de France.

“Massenet se realizou plenamente, e aquele que, querendo espetá-lo, falou secretamente dele como aluno do compositor da moda Paul Delmay, começou uma piada de mau gosto. Massenet, ao contrário, foi muito imitado, é verdade... suas harmonias são como abraços, e suas melodias são como pescoços curvados... Parece que Massenet se tornou vítima de seus belos ouvintes, cujos leques vibravam longa e entusiasticamente em suas apresentações... Confesso, não entendo porque é melhor agradar velhinhas, amantes de Wagner e cosmopolitas, do que mocinhas perfumadas que não tocam piano muito bem. Essas afirmações de Debussy, ironicamente à parte, são uma boa indicação da obra de Massenet e sua importância para a cultura francesa.

Quando Manon foi criada, outros compositores já haviam definido o caráter da ópera francesa ao longo do século. Considere o Fausto de Gounod (1859), o inacabado Les Troyens de Berlioz (1863), A Mulher Africana de Meyerbeer (1865), Mignon de Thomas (1866), Carmen de Bizet (1875), Sansão e Dalila de Saint-Saens (1877), "Os Contos de Hoffmann" de Offenbach (1881), "Lakme" de Delibes (1883). Além da produção operística, merecem destaque as obras mais significativas de César Franck, escritas entre 1880 e 1886, que desempenharam um papel tão importante na criação de uma atmosfera sensual-mística na música do final do século. Ao mesmo tempo, Lalo estudou cuidadosamente o folclore, e Debussy, que recebeu o Prêmio de Roma em 1884, estava perto da formação final de seu estilo.

Quanto a outras formas de arte, o impressionismo na pintura já sobreviveu à sua utilidade, e os artistas voltaram-se para a representação naturalística e neoclássica, nova e dramática de formas, como Cézanne. Mudou-se mais decisivamente para uma imagem naturalista corpo humano Degas e Renoir, enquanto Seurat em 1883 exibiu sua pintura "Banho", na qual a imobilidade das figuras marcava uma virada para uma nova estrutura plástica, talvez simbolista, mas ainda concreta e clara. O simbolismo estava apenas começando a aparecer nas primeiras obras de Gauguin. A direção naturalista (com traços de simbolismo de fundo social), ao contrário, é muito clara na literatura da época, principalmente nos romances de Zola (em 1880 apareceu Nana, romance da vida de uma cortesã). Um grupo se forma em torno do escritor, voltando-se para a imagem de uma realidade mais feia ou pelo menos inusitada para a literatura: entre 1880 e 1881, Maupassant escolhe bordel o cenário para suas histórias da coleção The House of Tellier.

Todas essas ideias, intenções e tendências podem ser facilmente encontradas em Manon, graças à qual o compositor deu sua contribuição à arte da ópera. Atrás dele começo tempestuoso seguido de um longo serviço à ópera, durante o qual nem sempre houve material adequado para revelar os méritos do compositor e a unidade do conceito criativo nem sempre foi preservada. Como consequência, observam-se vários tipos de contradições ao nível do estilo. Ao mesmo tempo, passando do verismo à decadência, de um conto de fadas a uma história histórica ou exótica com um uso variado de partes vocais e uma orquestra, Massenet nunca decepcionou seu público, nem que seja graças ao material sonoro excelentemente elaborado. Em qualquer uma de suas óperas, mesmo que não tenham sucesso como um todo, há uma página memorável que vive vida independente fora contexto geral. Todas essas circunstâncias garantiram o grande sucesso de Massenet no mercado discográfico. Em última análise, seus melhores exemplos são aqueles em que o compositor é fiel a si mesmo: lírico e apaixonado, terno e sensual, transmitindo seu deslumbramento às partes dos protagonistas mais sintonizados com ele, amantes, cujas características não são alheias à sofisticação de soluções sinfônicas, alcançadas com facilidade e sem limitações escolares.

G. Marchesi (traduzido por E. Greceanii)

Autor de vinte e cinco óperas, três balés, suítes orquestrais populares ("Napolitano", "Alsaciano", "Cenas pitorescas") e muitas outras obras em todos os gêneros arte musical, Massenet é um daqueles compositores cuja vida não conheceu provações sérias. grande talento, alto nível habilidade profissional e talento artístico sutil o ajudaram a alcançar o reconhecimento público no início dos anos 70.

Ele descobriu cedo o que combinava com sua personalidade; tendo escolhido seu tema, não teve medo de se repetir; Ele escrevia com facilidade, sem hesitar e, para ter sucesso, estava pronto para fazer um compromisso criativo com os gostos predominantes do público burguês.

Jules Massenet nasceu em 12 de maio de 1842, ainda criança ingressou no Conservatório de Paris, onde se formou em 1863. Depois de permanecer como laureado por três anos na Itália, ele retornou em 1866 a Paris. Uma busca persistente por caminhos para a glória começa. Massenet escreve óperas e suítes para orquestra. Mas sua individualidade se manifestava mais claramente nas peças vocais (“Poema Pastoral”, “Poema do Inverno”, “Poema de Abril”, “Poema de Outubro”, “Poema de Amor”, “Poema de Memórias”). Essas peças foram escritas sob a influência de Schumann; eles delineiam o armazém característico do estilo vocal ariose de Massenet.

Em 1873, ele finalmente ganha reconhecimento - primeiro com música para a tragédia de Ésquilo "Erinnia" (em tradução livre de Leconte de Lisle), e depois - com o "drama sagrado" "Maria Madalena", realizado em concerto. Com palavras sinceras, Bizet parabenizou Massenet por seu sucesso: “Nosso nova escola não criou nada parecido. Você me deixou com febre, vilão! Oh, você, um músico robusto ... Droga, você está me incomodando com alguma coisa! ..». "Precisamos prestar atenção a esse sujeito", escreveu Bizet a um de seus amigos. "Olha, ele vai nos prender no cinto."

Bizet previu o futuro: logo ele mesmo completou um curto caminho da vida, e Massenet nas próximas décadas assumiu uma posição de liderança entre os modernos músicos franceses. As décadas de 70 e 80 foram os anos mais brilhantes e frutíferos de sua obra.

“Maria Madalena”, que abre este período, tem um caráter mais próximo da ópera do que dos oratórios, e a heroína, uma pecadora penitente que acreditava em Cristo, que apareceu na música do compositor como uma parisiense moderna, foi pintada nas mesmas cores que a cortesã Manon. Neste trabalho, o círculo de imagens e meios de expressão favoritos de Massenet foi determinado.

Começando com o filho de Dumas e depois Goncourt em Literatura francesa galeria estabelecida tipos femininos, gracioso e nervoso, impressionável e frágil, sensível e impulsivo. Muitas vezes são pecadoras penitentes sedutoras, “senhoras do meio mundo”, sonhando com o conforto de um lar familiar, com uma felicidade idílica, mas quebradas na luta contra a hipócrita realidade burguesa, forçadas a desistir de sonhos, de um ente querido, de vida ... (Este é o conteúdo dos romances e peças do filho de Dumas: “A Dama das Camélias” (romance - 1848, encenação teatral - 1852), “Diana de Liz” (1853), “Dama do Meio Mundo” (1855 ); veja também os romances dos irmãos Goncourt “Rene Mauprin" (1864), Daudet "Sappho" (1884) e outros.) No entanto, independentemente das tramas, épocas e países (reais ou fictícios), Massenet retratou uma mulher de seu círculo burguês, caracterizou com sensibilidade seu mundo interior.

Os contemporâneos chamavam Massenet de "o poeta da alma feminina".

Seguindo Gounod, que exerceu forte influência sobre ele, Massenet pode, com razão ainda maior, ser classificado entre a "escola da sensibilidade nervosa". Mas ao contrário do mesmo Gounod, que usou em seu os melhores trabalhos cores mais suculentas e variadas que criaram um fundo objetivo da vida (especialmente em Fausto), Massenet é mais refinado, elegíaco, mais subjetivo. Ele está mais próximo da imagem da suavidade feminina, graça, graça sensual. De acordo com isso, Massenet desenvolveu um estilo ariose individual, declamatório em sua essência, transmitindo sutilmente o conteúdo do texto, mas muito melodioso, e "explosões" emocionais inesperadamente emergentes de sentimentos são distinguidas por frases de ampla respiração melódica:

A parte orquestral também se distingue pela sutileza do acabamento. Muitas vezes é nela que se desenvolve o princípio melódico, que contribui para a unificação da parte vocal intermitente, delicada e frágil:

Uma maneira semelhante logo será típica das óperas dos veristas italianos (Leoncavallo, Puccini); apenas suas explosões de sentimentos são mais temperamentais e apaixonadas. Na França, essa interpretação da parte vocal foi adotada por muitos compositores. final do século XIX e início do século XX.

Mas voltando aos anos 70.

O reconhecimento inesperadamente conquistado inspirou Massenet. Suas obras são freqüentemente executadas em concertos (Cenas Pitorescas, Abertura Phaedra, Terceira Suíte Orquestral, Véspera do Drama Sagrado e outros), e a Grande Ópera apresenta a ópera King Lagorsky (1877, da vida indiana; conflitos religiosos servem como pano de fundo ). Novamente um grande sucesso: Massenet foi coroado com os louros de um acadêmico - aos trinta e seis anos tornou-se membro do Instituto da França e logo foi convidado como professor do conservatório.

Porém, no "Rei de Lagorsk", assim como no escrito posterior "Esclarmonde" (1889), ainda há muito da rotina " grande ópera"- este, que há muito esgotou suas possibilidades artísticas, o gênero tradicional do francês Teatro musical. Massenet encontrou-se plenamente em suas melhores obras - "Manon" (1881-1884) e "Werther" (1886, estreado em Viena em 1892).

Assim, aos quarenta e cinco anos, Massenet alcançou a fama desejada. Mas, continuando a trabalhar com a mesma intensidade, ao longo dos vinte e cinco anos seguintes da sua vida, não só expandiu os seus horizontes ideológicos e artísticos, como aplicou os efeitos teatrais e os meios de expressão que tinha anteriormente desenvolvido a vários enredos operísticos. E apesar de as estreias dessas obras terem sido decoradas com pompa constante, a maioria delas é merecidamente esquecida. As quatro óperas a seguir são, no entanto, de interesse indiscutível: “Thais” (1894, é usado o enredo do romance de A. France), que, pela sutileza do padrão melódico, se aproxima de “Manon”; "Navarreca" (1894) e "Sappho" (1897), refletindo influências verísticas (a última ópera foi escrita com base no romance de A. Daudet, enredo próximo a "Dama das Camélias" do filho de Dumas, e assim " La Traviata"; em "Sappho" muitas páginas de música emocionante e verdadeira); "Don Quixote" (1910), onde Chaliapin chocou o público no papel-título.

Por dezoito anos (1878-1896) lecionou composição no Conservatório de Paris, educando muitos alunos. Entre eles estavam os compositores Alfred Bruno, Gustave Charpentier, Florent Schmitt, Charles Kouklin, o clássico da música romena, George Enescu e outros que mais tarde ganharam fama na França. Mas mesmo aqueles que não estudaram com Massenet (por exemplo, Debussy) foram influenciados por seu estilo vocal nervosamente sensível, flexível em expressividade e declamatório.

A integridade da expressão lírica e dramática, a sinceridade, a veracidade na transmissão dos sentimentos trêmulos - esses são os méritos das óperas de Massenet, mais claramente revelados em Werther e Manon. No entanto, o compositor muitas vezes carecia de força masculina para transmitir as paixões da vida, situações dramáticas, conteúdo de conflito e, então, alguma sofisticação, às vezes doçura de salão, irrompeu em sua música.

São sinais sintomáticos da crise do gênero efêmero do francês" ópera lírica", que tomou forma nos anos 60, e nos anos 70 - absorveu intensamente novas tendências progressivas vindas de literatura moderna, pintura, teatro. No entanto, já então se revelaram nele os traços de limitação, mencionados acima (no ensaio dedicado a Gounod).

O gênio de Bizet superou os limites estreitos da "ópera lírica". Dramatizando e expandindo o conteúdo de suas primeiras composições musicais e teatrais, refletindo com mais verdade e profundidade as contradições da realidade, ele atingiu o ápice do realismo em Carmen.

mas francês cultura da ópera não poderia ficar neste nível, porque seus mestres mais proeminentes décadas recentes O século 19 não teve a integridade intransigente de Bizet na afirmação de seus ideais artísticos. Desde o final dos anos 60, devido ao fortalecimento das características reacionárias na visão de mundo, Gounod, após a criação de Fausto, Mireil e Romeu e Julieta, afastou-se das tradições nacionais progressistas. Saint-Saens, por sua vez, não mostrou a devida consistência em suas buscas criativas, foi eclético, e somente em Sansão e Dalila (1877) obteve sucesso significativo, embora não total. Em certa medida, algumas conquistas no campo da arte operística Delibes ("Lakme", 1883), Lalo ("Rei da cidade de Is", 1880), Chabrier ("Gwendoline", 1886). Todas essas obras incorporaram enredos diferentes, mas em sua interpretação musical, as influências das óperas “grande” e “lírica” se cruzaram em um grau ou outro.

Massenet também experimentou os dois gêneros e tentou em vão atualizar o estilo obsoleto da "grande ópera" com letras diretas e inteligibilidade dos meios de expressão. Acima de tudo, ele foi atraído pelo que Gounod fixou em Fausto, que serviu a Massenet como um modelo artístico inacessível.

(1842-05-12 ) Local de nascimento Data da morte Um país

França

profissões

Jules Emile Frederic Massenet(fr. Jules Emile Frederic Massenet ; 12 de maio, Monto, perto de Saint-Etienne - 13 de agosto, Paris) - Compositor francês, que ganhou fama principalmente por suas óperas. Suas obras foram muito populares na virada dos séculos 19 e 20, e ele ganhou a fama de um dos grandes melodistas de seu tempo. Pouco depois da morte de Massenet, seu estilo saiu de moda e a maioria de suas óperas foram esquecidas e não encenadas. A partir da década de 1970, o interesse pelo legado de Massenet foi restaurado e suas óperas voltaram a ocupar seu lugar de direito nos repertórios dos principais teatros do mundo.

Biografia

Massenet nasceu em Monteau, então um subúrbio e agora parte da cidade de Saint-Étienne, departamento do Loire. Quando ele tinha seis anos, a família mudou-se para Paris, onde o pai de Jules, Alexis Massenet (1788-1863), ex-fabricante regional de foices e foices, estava sendo tratado de uma doença cardíaca. Em Paris, a mãe de Jules, Adelaide (nascida Roye), começou a dar aulas de piano. Ela também ensinou Jules, então aos 11 anos ele conseguiu passar nos exames e entrar no Conservatório de Paris. Ele era estudante quando a família se mudou de Paris para Chambéry, mas Jules ficou lá apenas alguns meses, depois dos quais voltou a Paris e se estabeleceu com parentes da primeira esposa de seu pai. Para ganhar a vida, Massenet tocou tímpanos e outros instrumentos de percussão por seis anos na orquestra do Lyric Theatre, e também trabalhou como pianista no Café de Belleville.

Os professores de Massenet no conservatório a princípio não lhe prometeram carreira de sucesso Na música. A opinião deles mudou em 1863, quando ele recebeu o Prix de Rome pela cantata David Rizzio, após o que treinou em Roma por três anos. Lá Massenet conheceu Franz Liszt, por recomendação de quem deu aulas de piano para a filha de Madame de Saint-Méry. Três anos depois, o estudante tornou-se sua esposa. O casamento com Louise Constance de Gressy (1866) contribuiu para a penetração de Massenet na alta sociedade e a divulgação de suas obras lá. A primeira ópera do compositor foi a "Tia Maior" de um ato (1867, Ópera-Comediante).

Massenet ganhou a atenção e a aprovação de compositores famosos da época (Tchaikovsky, Vincent d'Andy, Charles Gounod) graças ao seu dramático oratório Maria Madalena (apresentado pela primeira vez em 1873). O mentor de Massenet foi o compositor Ambroise Thomas, com suas conexões em mundo do teatro. A popularidade dos escritos de Massenet também foi promovida por seu editor Georges Hartmann, que popularizou o trabalho de Massenet na imprensa de massa, graças a seus conhecidos nos círculos jornalísticos.

Em 1870-1871, Massenet participou da Guerra Franco-Prussiana. Desde 1878 é professor no Conservatório de Paris. Os alunos incluem Gustave Charpentier, Ernest Chausson, George Enescu, Reinaldo Ahn, Charles Kouklin. Em 1876 recebeu a Ordem da Legião de Honra, de 1899 - comandante. Em 1878, por recomendação de Camille Saint-Saens, foi eleito membro da Academia de Belas Artes. Massenet se tornou o acadêmico mais jovem (36 anos) já eleito para esta academia.

As óperas Manon (1884), Werther (1892), Thais (1894), O Malabarista de Nossa Senhora (1902), Don Quixote (1910, escrita especialmente para o cantor russo (baixo) Fyodor Chaliapin) tiveram o maior sucesso ).

Além de 34 óperas, Massenet escreveu um concerto para piano, várias suítes de concerto, música para balé, oratórios e cantatas, além de mais de 200 canções e romances. Alguns de seus fragmentos instrumentais ganharam popularidade independente e são freqüentemente executados por orquestras ou intérpretes individuais: a meditação da ópera "Thais" para violino e orquestra, a dança aragonesa da ópera "Sid" para orquestra, a elegia da música para o drama "Erinnie" para violoncelo e orquestra. A elegia é executada em vários arranjos (inclusive para piano), bem como em uma trabalho vocal com palavras.

Sendo um compositor que trabalha profissionalmente (ele compunha música todos os dias a partir das 4 horas da manhã), Massenet desenvolveu fragmentos de futuras óperas não no piano, mas "mentalmente, na mente". Essa habilidade permitiu a Massenet ser um excelente orquestrador de suas próprias obras.

Massenet morreu em Paris aos 70 anos após uma doença grave (câncer).

obras de arte

óperas

• « Esmeralda» (Esméralda) - 1865, não concluída.
• « Copa do Rei Ful"(La coupe du roi de Thulé) - 1866, não encenado.
• « Tia-avó"(La grand'tante) - 1867.
• « Manfredo» (Manfred) - 1869, não concluído.
• « Medusa» (Méduse) - 1870.
• « Don César de Bazán"(Don César de Bazan) - 1872 (segunda edição - 1888).
• « Delicioso Belle Boule"(L'adorable Bel"-Boul) - 1874.
• « Templários"(Les templiers) - 1875, perdido.
• « Beranger e Anatole» (Bérangère et Anatole) - 1876.
• « Rei de Lahore"(Le roi de Lahore) - 1877.
• « Robert French» (Robert de France) - 1880, perdido.
• « girondinos» (Les Girondins) - 1881, perdido.
• « Herodias"(Hérodiade) - 1881 (segunda edição - 1884).
• « manon» (Manon) - 1884.
• « sid» (Le Cid) - 1885.
• « Esclarmonde"(Esclarmonde) - 1889.
• « Mago"(Le mago) - 1891.
• « Werther"(Werther) - 1892.
• « Thais"(Thaïs) - 1894 (segunda edição - 1898).
• « Retrato de Manon» (Le retrato de Manon) - 1894.
• « Navarreca» (La Navarraise) - 1894.
• « amadis"(Amadis) - 1895 (encenada em 1922).
• « Safo"(Sapho) - 1897 (segunda edição - 1909).
• « Cinderela» (Cendrillon) - 1899.
• « Griselda» (Griselidis) - 1901.
• « malabarista de nossa senhora"(Le jongleur de Notre-Dame) - 1902.
• « querubino» (Chérubin) - 1905.
• « Ariadne» (Ariane) - 1906.
• « Há um» (Teresa) - 1907.
• « Baco» (Baco) - 1909.
• « Don Quixote» (Dom Quichotte) - 1910.
• « Roma» (Roma) - 1912.
• « Panurge"(Panurgo) - 1913.
• « Cleópatra» (Cléopâtre) - 1914.

Oratórios e cantatas

• "David Rizzio" (David Rizzio) -1863.
• "Maria Madalena" (Maria-Magdeleine) - 1873.
• "Eva" (Ève) - 1875.
• "Narciso" (Narciso) - 1877.
• "A Virgem" (La Vierge) - 1880.
• "Babilônia" (Biblis) - 1886.
• "Terra Prometida" (Promessa La Terre) - 1900.

balés

• Carrilhões (Le carillon) - 1892.
• "Cicada" (La cigale) - 1904.
• "Toreador" (Espada) - 1908.

para orquestra

• Primeira suíte - 1865.
• Cenas Húngaras - 1871.
• Cenas dramáticas - 1873.
• Cenas pitorescas - 1874.
• Cenas napolitanas - 1876.
• Cenas encantadoras - 1879.
• Cenas da Alsácia - 1881.
• Abertura de concerto - 1863.
• Abertura "Phaedra" - 1873.
• Abertura "Brumer" - 1899.
• Grande fantasia de concerto "Profeta" - 1861.
• Suite "Pompeia" - 1866.
• Fantasia "casamento flamengo" - 1867.
• Fantasia "Retorno da caravana" - 1867.
• Poema sinfônico "Visões" - 1890.

Para instrumentos com orquestra

• Fantasia para violoncelo e orquestra - 1897.
• Peça para dois violinos e orquestra - 1902.

Jules Massenet... é difícil nomear um compositor para quem as opiniões mais conflitantes seriam expressas. chamou de "confeitaria" e se perguntou por que ele aprecia, exclamou: "Oh, como este Massenet é doente!" No entanto, Tchaikovsky admitiu que nesta "náusea" há algo semelhante à sua própria natureza e argumentou que cada partícula de Massenet carrega compositor francês.

Jules Massenet nasceu em Monto (agora faz parte da cidade de Saint-Etienne, e então havia uma aldeia remota). Filho caçula de um comerciante, conheceu a música graças à mãe, uma talentosa pianista amadora. Jules recebeu sua primeira aula de piano aos seis anos (ironicamente, a revolução começou no mesmo dia) - nessa época a família havia se mudado para Paris.

Aos dez anos, Massenet entrou no Conservatório de Paris. Ele era diligente, mas depois de dois anos seus estudos tiveram que ser interrompidos: seu pai estava gravemente doente e, por recomendação dos médicos, a família mudou-se para Chambéry. No entanto, a vontade de aprender era irresistível. Jules tentou duas vezes fugir de casa para ir a Paris, e na segunda tentativa conseguiu. Em Paris, um adolescente de quatorze anos se viu praticamente sem sustento. Não podia e não queria receber dinheiro dos pais - já era difícil para eles (o pai doente não conseguia sustentar a família, a mãe ganhava dinheiro com aulas de música). Tendo se estabelecido em Montmartre, ele aprendeu todos os "encantos" da vida da boêmia. Muitos alunos ganhavam dinheiro tocando órgão na igreja, Massenet também esperava fazer isso, mas não obteve grande sucesso tocando órgão e logo abandonou esse instrumento. Encontrou outro emprego - tornou-se percussionista na ópera, o que lhe permitiu aproximar-se muito das óperas de vários compositores (em particular, Charles Gounod).

Depois de se formar no conservatório em 1863, Massenet recebeu o Prêmio de Roma. Retornando a Paris após uma estada de três anos em Roma, ele escreve canções, peças de piano, suítes orquestrais. Como vencedor do Prêmio de Roma, ele recebeu uma encomenda do teatro Opera-Comic para criar uma ópera de um ato "Tia Maior", que estreou em 1867.

Durante guerra franco-prussiana o compositor serviu nas fileiras da Guarda Nacional. A guerra causou uma impressão tão dolorosa nele que nem mesmo descreveu esses anos em detalhes em suas anotações.

Em 1872, a primeira grande ópera de Massenet, Don Cesar de Bazan, foi encenada. Ela falhou, mas o oratório "Maria Madalena", realizado em Próximo ano, Foi um sucesso. Mas o verdadeiro triunfo foi a produção da ópera The King of Lahore em 1877. Após a estreia francesa, foi encenada em Dresden, Londres, Madrid e também em oito teatros italianos. No ano seguinte, o compositor tornou-se professor do Conservatório de Paris.

Os anos seguintes foram para Massenet uma sucessão de sucessos e fracassos. Diretor Ópera de Paris recusou sua ópera Herodias, que foi encenada pela primeira vez em Bruxelas. A ópera "Manon" foi recebida com entusiasmo pelo público, que mais tarde entrou na tríade das óperas mais populares. óperas francesas junto com "Carmen" e "Fausto" de Charles Gounod. Depois disso trabalho lírico Massenet se volta para o gênero da grande ópera, criando "Cid". No final da década de 1880. Massenet - naquela época muito compositor famoso- viu-se no centro de um escândalo por causa de seus sentimentos por cantora americana Sibila Sanderson. Embora sua atitude para com ela permanecesse dentro amor platônico, desenhos animados aparecem com uma indicação clara de que Sanderson é amante de Massenet. Para esta cantora, o compositor escreveu a parte central da ópera Esclarmonde, que foi um grande sucesso. O destino de Werther, uma de suas melhores criações, foi mais difícil. O compositor trabalhou nesta ópera por mais de um ano, com interrupções. A direção da Opera-Comic não quis encená-la, por considerá-la muito sombria, e a obra foi encenada pela primeira vez em 1892 em Viena.

No início do século 20, Massenet alcançou fama mundial - suas óperas foram encenadas em países diferentes. Mas ele estava longe de desfrutar da fama, preferindo eventos sociais solidão doméstica (o compositor se autodenominava "o homem junto à lareira") - nem sempre comparecia às estreias de suas próprias obras. Últimos anos A vida do compositor foi ofuscada por uma doença grave e um relacionamento difícil com Lucy Arbel. Este cantor que estava destinado a ser último amor compositor, não tanto retribuiu, mas usou seus sentimentos, tentando se beneficiar. Entre últimas óperas Massenet ocupa um lugar especial em Dom Quixote, para o qual foi escrita a parte do título.

O compositor faleceu em 1912. De acordo com o desejo de Massenet, seu funeral foi realizado sem música.

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