Qual é o nome de Shostakovich. Shostakovich

Dmitri Shostakovich tornou-se um compositor mundialmente famoso aos 20 anos, quando sua Primeira Sinfonia foi executada nas salas de concerto da URSS, Europa e Estados Unidos. Após 10 anos, suas óperas e balés estavam nos principais teatros do mundo. As 15 sinfonias de Shostakovich foram chamadas por contemporâneos " grande era Música russa e mundial.

Primeira Sinfonia

Dmitri Shostakovich nasceu em São Petersburgo em 1906. Seu pai trabalhava como engenheiro e amava apaixonadamente a música, sua mãe era pianista. Ela deu ao filho as primeiras aulas de piano. Aos 11 anos, Dmitry Shostakovich começou a estudar em particular Escola de música. Os professores notaram seu talento performático, memória maravilhosa e ouvido absoluto.

Aos 13 anos, o jovem pianista já ingressou no Conservatório de Petrogrado na aula de piano, e dois anos depois - na faculdade de composição. Shostakovich trabalhou no cinema como pianista. Durante as sessões, ele experimentava o andamento das composições, selecionava melodias principais para os personagens e arranjava episódios musicais. Mais tarde, ele usou o melhor dessas passagens em suas próprias composições.

Dmitri Shostakovich. Foto: filarmonia.kh.ua

Dmitri Shostakovich. Foto: propianino.ru

Dmitri Shostakovich. Foto: cps-static.rovicorp.com

Desde 1923, Shostakovich trabalhou na Primeira Sinfonia. A obra tornou-se sua tese, estreou em 1926 em Leningrado. Compositor posterior relembrou: “A sinfonia de ontem teve muito sucesso. O desempenho foi excelente. O sucesso é enorme. Saí para me curvar cinco vezes. Tudo parecia ótimo."

Logo a Primeira Sinfonia se tornou conhecida fora da União Soviética. Em 1927, Shostakovich participou da I Competição internacional pianistas com o nome de Chopin em Varsóvia. Um dos membros do júri do concurso, o maestro e compositor Bruno Walter, pediu a Shostakovich que lhe enviasse a partitura da sinfonia em Berlim. Foi realizada na Alemanha e nos EUA. Um ano após a estreia, a Primeira Sinfonia de Shostakovich foi tocada por orquestras de todo o mundo.

Enganaram-se aqueles que confundiram sua Primeira Sinfonia com um jovem despreocupado e alegre. É tão cheio de drama humano que é até estranho imaginar que um garoto de 19 anos tenha vivido uma vida assim... Foi jogado em todos os lugares. Não havia país em que a sinfonia não tivesse soado logo após sua aparição.

Leo Arnshtam, diretor de cinema e roteirista soviético

"É assim que ouço a guerra"

Em 1932, Dmitri Shostakovich escreveu a ópera Lady Macbeth distrito de Mtsensk". Foi encenado sob o nome de "Katerina Izmailova", a estreia ocorreu em 1934. Durante as duas primeiras temporadas, a ópera foi encenada em Moscou e São Petersburgo mais de 200 vezes, e também em teatros da Europa e América do Norte.

Em 1936, Joseph Stalin assistiu à ópera Katerina Izmailova. O Pravda publicou um artigo intitulado "Confusão em vez de música", e a ópera foi declarada "antipovo". Logo a maioria de suas composições desapareceu dos repertórios de orquestras e teatros. Shostakovich cancelou a estréia da Sinfonia nº 4 marcada para o outono, mas continuou a escrever novas obras.

Um ano depois, ocorreu a estreia da Sinfonia nº 5. Stalin a chamou de "uma resposta criativa profissional artista soviéticoà crítica justa", e críticos - "um exemplo de realismo socialista" na música sinfônica.

Shostakovich, Meyerhold, Mayakovsky, Rodchenko. Foto: doseng.org

Dmitri Shostakovich executa o Primeiro Concerto para Piano

Cartaz da Orquestra Sinfônica de Shostakovich. Foto: icsanpetersburgo.com

Nos primeiros meses da guerra, Dmitry Shostakovich estava em Leningrado. Trabalhou como professor no Conservatório, serviu no corpo de bombeiros voluntários - apagou bombas incendiárias no telhado do Conservatório. Durante o serviço, Shostakovich escreveu uma de suas sinfonias mais famosas, a sinfonia de Leningrado. O autor terminou em evacuação em Kuibyshev no final de dezembro de 1941.

Não sei como isso vai acabar. Críticos ociosos provavelmente me censurarão por imitar o Bolero de Ravel. Deixe-os censurar, mas é assim que ouço a guerra.

Dmitry Shostakovich

A sinfonia foi executada pela primeira vez em março de 1942 pela Orquestra do Teatro Bolshoi evacuada para Kuibyshev. Alguns dias depois, a composição foi tocada no Salão das Colunas da Casa dos Sindicatos de Moscou.

Em agosto de 1942, a Sétima Sinfonia foi executada em Leningrado sitiada. Para tocar uma composição escrita para uma composição dupla da orquestra, os músicos foram chamados de frente. O concerto durou 80 minutos, a música foi transmitida do Philharmonic Hall no rádio - foi ouvida em apartamentos, nas ruas, na frente.

Quando a orquestra entrou no palco, todo o salão se levantou ... O programa era apenas uma sinfonia. É difícil transmitir a atmosfera que prevalecia no salão superlotado da Filarmônica de Leningrado. O salão era dominado por pessoas em uniformes militares. Muitos soldados e oficiais vieram ao show direto da linha de frente.

Karl Eliasberg, maestro da Orquestra Sinfônica Bolshoi do Comitê de Rádio de Leningrado

A Sinfonia de Leningrado tornou-se conhecida em todo o mundo. Em Nova York, saiu uma edição da revista Time com Shostakovich na capa. No retrato, o compositor usava um capacete de bombeiro, a legenda dizia: “Bombeiro Shostakovich. Entre as explosões de bombas em Leningrado, ouvi os acordes da vitória. Em 1942-1943, a Sinfonia de Leningrado foi tocada mais de 60 vezes em várias salas de concerto nos Estados Unidos.

Dmitri Shostakovich. Foto: cdn.tvc.ru

Dmitri Shostakovich na capa da revista Time

Dmitri Shostakovich. Fotomedia.tumblr.com

No domingo passado, sua sinfonia foi executada pela primeira vez em toda a América. Sua música conta ao mundo sobre o grande e pessoas orgulhosas, um povo invencível que luta e sofre para contribuir para o tesouro do espírito humano e da liberdade.

Poeta americano Carl Sandburg, trecho do prefácio de uma mensagem poética a Shostakovich

"A era de Shostakovich"

Em 1948, Dmitri Shostakovich, Sergei Prokofiev e Aram Khachaturian foram acusados ​​de "formalismo", "decadência burguesa" e "rastejar diante do Ocidente". Shostakovich foi demitido do Conservatório de Moscou, sua música foi proibida.

Em 1948, quando chegamos ao Conservatório, vimos uma ordem no quadro de avisos: “D.D. Shostakovich. não é mais professor da turma de redação por descompasso de titulação docente ... ”Nunca passei por tamanha humilhação.

Mstislav Rostropovich

Um ano depois, a proibição foi oficialmente suspensa, o compositor foi enviado aos Estados Unidos como parte de um grupo de figuras culturais da União Soviética. Em 1950, Dmitri Shostakovich foi membro do júri do Concurso de Bach em Leipzig. Ele se inspirou na arte compositor alemão: « gênio musical Bach é especialmente próximo de mim. É impossível passar por ele com indiferença... Todos os dias toco uma das suas obras. Esta é a minha necessidade urgente, e o contato constante com a música de Bach me proporciona uma quantidade enorme. Depois de retornar a Moscou, Shostakovich começou a escrever um novo ciclo musical - 24 prelúdios e fugas.

Em 1957, Shostakovich tornou-se secretário do Sindicato dos Compositores da URSS, em 1960 - o Sindicato dos Compositores da RSFSR (em 1960–1968 - primeiro secretário). Durante esses anos, Anna Akhmatova presenteou o compositor com seu livro com uma dedicatória: "A Dmitry Dmitrievich Shostakovich, em cuja época eu vivo na terra."

Em meados da década de 1960, as composições de Dmitri Shostakovich da década de 1920, incluindo a ópera Katerina Izmailova, retornaram às orquestras e teatros soviéticos. O compositor escreveu a Sinfonia nº 14 para poemas de Guillaume Apollinaire, Rainer Maria Rilke, Wilhelm Küchelbecker, um ciclo de romances para as obras de Marina Tsvetaeva, uma suíte para palavras de Michelangelo. Nelas, Shostakovich às vezes usava citações musicais de suas primeiras partituras e melodias de outros compositores.

Além de balés, óperas e obras sinfônicas, Dmitry Shostakovich criou música para filmes - "Pessoas Comuns", "Jovem Guarda", "Hamlet" e desenhos animados - "Bonecas Dançantes" e "O Conto do Rato Estúpido".

Falando sobre a música de Shostakovich, gostaria de dizer que de forma alguma pode ser chamada de música para cinema. Ele existe por conta própria. Pode estar relacionado a algo. Poderia ser mundo interior um autor que fala sobre algo inspirado em algum fenômeno da vida ou da arte.

Diretor Grigory Kozintsev

Nos últimos anos de sua vida, o compositor adoeceu gravemente. Dmitri Shostakovich morreu em Moscou em agosto de 1975. Ele foi enterrado no cemitério Novodevichy.

Shostakovich. Não só música

História de vida

A vida pessoal de Dmitri Shostakovich, um compositor amplamente conhecido não só na Rússia, mas também fora de sua terra natal, interessa a muitos biógrafos, músicos, historiadores da arte e numerosos admiradores. É curioso que, tendo uma incrível talento musical Tendo alcançado fama e reconhecimento com o dom de um pianista virtuoso, Dmitry Dmitrievich Shostakovich era muito inseguro e tímido com as mulheres.
Shostakovich nasceu em São Petersburgo em 12 de setembro de 1906, na família de um químico e pianista, e de primeiros anos interessou-se por tocar piano. Contemporâneos lembraram que Mitya, como seus parentes o chamavam, era “um menino magro, com lábios finos e franzidos, nariz estreito e ligeiramente adunco, usando óculos antiquados com aro de metal brilhante, absolutamente sem palavras, faia raivosa. .. Quando ele ... sentou-se em um piano enorme ... um menino magro ao piano renasceu em um músico muito atrevido ... ".

Aos treze anos, apaixonado por uma menina de dez anos, Natalia Kube, futuro compositor escreveu e dedicou um pequeno prelúdio a ela. Então pareceu ao jovem Shostakovich que esse sentimento ficaria com ele pelo resto de sua vida e nunca deixaria seu coração romântico e vulnerável. Porém, o primeiro amor foi se desvanecendo aos poucos, mas o desejo do compositor de compor e dedicar suas obras às suas amadas permaneceu para o resto da vida.
Depois de estudar em escola particular, um jovem ingressou no Conservatório de Petrogrado e formou-se com sucesso em 1923. Ao mesmo tempo, uma menina apareceu na vida do compositor novato, por quem ele se apaixonou por uma nova paixão já juvenil.
Tatyana Glivenko tinha a mesma idade de Shostakovich, era bonita, bem-educada e se distinguia por seu temperamento alegre e alegre. Mitya, de dezessete anos, se apaixonou por um moscovita visitante e novos conhecidos começaram um relacionamento romântico e de longa data. No ano de seu encontro com Tatyana, o impressionável Dmitry começou a criar a Primeira Sinfonia, na qual transmitiu uma tempestade de dúvidas, angústia mental, tormento e contradições.
Três anos depois, a estreia desta obra musical aconteceu em São Petersburgo, que, muitos anos depois, se espalhou por todo o mundo. A profundidade dos sentimentos que o jovem compositor expressou na sinfonia também foi causada pelo início da doença de Dmitry, que surgiu como resultado de noites sem dormir, experiências amorosas e uma forte depressão se desenvolvendo nesse contexto. Experimentando os sentimentos mais ternos por sua amada, Shostakovich, no entanto, nem queria pensar no casamento que se aproximava. Dentro dele viviam contradições inexplicáveis, sobre as quais o escritor Mikhail Zoshchenko disse: “... Parecia que ele era “frágil, quebradiço, fechado em si mesmo, uma criança infinitamente espontânea e pura”. É assim... Mas se fosse apenas assim, então a grande arte... não teria acontecido. Ele é exatamente isso ... além disso, ele é duro, cáustico, extremamente inteligente, talvez forte, despótico e não totalmente gentil.

Figura Kustodiev - "Mitya ao piano"

Retrato de Mitya Shostakovich na época em que escreveu a Primeira Sinfonia

Os anos se passaram, mas Dmitri Shostakovich evitou tocar no assunto casamento e família e, em uma de suas cartas à mãe, explicou sua própria indecisão da seguinte forma: “O amor é realmente gratuito. O voto feito diante do altar é o lado mais terrível da religião. O amor não pode durar muito... meu objetivo não será me amarrar em casamento."
Tatyana, que já tinha quase vinte e oito anos, queria filhos e um marido legítimo. E um dia ela declarou abertamente a Dmitry que o estava deixando, tendo aceitado uma proposta de casamento de outro admirador, com quem ela logo se casou. Casamento ex-amante Shostakovich e o jovem químico de Berlim ocorreu no início de 1929. O compositor nem tentou impedir Tatyana de dar um passo tão decisivo, e então a ofendida optou por não manter mais nenhum relacionamento com ele.
No entanto, Tatyana não poderia ser esquecida: o compositor continuou a encontrá-la na rua, a escrever cartas apaixonadas e entusiasmadas, a falar de amor a uma mulher estranha, esposa de outro homem. Três anos depois, ainda criando coragem, ele pediu a Glivenko que deixasse o marido e se tornasse sua esposa, mas ela não levou a sério a proposta de Shostakovich. Além disso, ela já estava esperando um filho naquela época. Em abril de 1932, Tatyana deu à luz um filho e pediu a Shostakovich que a apagasse de sua vida para sempre.
Finalmente convencido de que sua amada nunca mais voltaria para ele, em maio do mesmo ano, o compositor se casou com uma jovem estudante, Nina Varzar. Essa mulher teve que passar mais de vinte anos com Dmitry Dmitrievich, dar à luz a filha e o filho do compositor, sobreviver à infidelidade do marido e seus hobbies com outras mulheres e morrer antes de seu amado esposo.

Nina Vasilyevna Shostakovich (Varzar). 1929 Desenho de I. V. Varzar

Após a morte de Nina, Shostakovich se casou mais duas vezes: com Margarita Kayonova, com quem viveu muito pouco tempo, e com Irina Supinskaya, que cercou seu marido já idoso com carinho e cuidado, que permaneceu em sua família até o fim da vida do grande compositor russo. Dmitry Dmitrievich Shostakovich morreu em 9 de agosto de 1975.
Por que Shostakovich, tão apaixonado por Tatyana Glivenko, não lhe ofereceu a mão e o coração, e por que ele se casou com outras mulheres que não despertaram sentimentos apaixonados em seu coração, impensada e rapidamente - nem o próprio compositor, nem ninguém mais poderia responder . Dois jovens tão romanticamente apaixonados um pelo outro não estavam destinados a criar uma união familiar duradoura, no entanto, após seu amor inspirado, a famosa Primeira Sinfonia de Dmitry Shostakovich e o Trio para Piano, Violino e Violoncelo, dedicado a Tatyana Glivenko, permaneceram.

Fonte: http://www.tonnel.ru/?l=gzl&uid=304

D. Shostakovich. Desenho de I. V. Varzar. 1928

D. D. Shostakovich, L. O. Utesov, I. O. Dunaevsky. 1931

D. D. Shostakovich. 1933. Foto de N.V. Varzar. ("Publicado pela primeira vez")

SHOSTAKOVICH Piano trio N2 (1944) Em memória de I.I. Sollertinsky (gravado em 1959) Gilels, Kogan, Rostropovich

Rebelião; Povo e Poder; A multidão e o Herói são os temas de "A Execução de Stepan Razin", um poema vocal-sinfônico baseado nos versos de Yevtushenko (Dmitry Dmitrievich apreciou seu talento, esperava que "buracos no cérebro fossem consertados"). Com base em material histórico, com base folclórica claramente visível na música, eles foram percebidos não apenas como atendendo ao tópico do dia (por Yevtushenko), mas adquirindo as qualidades da pesquisa filosófica e histórica.

Os principais problemas da vida sempre preocuparam profundamente Shostakovich. Como viver de acordo com a consciência? Ser ou não ser? Gênio e vilania. M. Rostropovich disse recentemente que um dia o compositor perguntou a ele: "Slava, se você soubesse que Chopin matou um homem, poderia ouvir sua música?" Recordemos o menino Kustodiev em traje de marinheiro e o volume de Chopin à sua frente. Vamos dar uma olhada em nosso retrato. As principais obras do compositor, sem dúvida, “possuem um poder de impacto quase chocante, exigem custos emocionais e esforço intelectual excepcionais” (G. Orlov).
A Décima Quarta, escrita em enfermaria de hospital, sinfonia inclui poemas de poetas países diferentes e épocas: Lorca, Apollinaire, Rilke, Kuchelbecker. O compositor explica: “A seleção de poemas é causada pela seguinte circunstância: ocorreu-me que existem temas eternos, problemas eternos. Entre eles estão o amor e a morte.
Até o último ano de sua vida, Shostakovich, como sempre, trabalhou muito e, como sempre, fez contrastes. Assim, em 1970, cria oito baladas para coro masculino sem acompanhamento de poemas de E. Dolmatovsky; música para o filme "King Lear"; décimo terceiro quarteto; "Marchar milícia soviética» para banda de metais.
Um ano antes de sua morte, ele escreveu uma suíte para baixo e piano para os versos de Michelangelo. A primeira parte é "Verdade", a última é "Imortalidade".

Estou como morto, mas o mundo é um consolo
Vivo em milhares de almas, nos corações
Todos aqueles que amam
E isso significa que não sou pó
E a corrupção mortal não me tocará.
Poemas de Michelangelo Buonarotti (traduzido por Abram Markovich Efros)

Esta parte contém uma melodia composta por Mitya Shostakovich, de dez anos. Há uma criança em cada adulto.
M. Shaginyan viu Shostakovich como "uma criança incrivelmente forte, simplesmente invencível".
Um mês antes de sua partida, ele completou a sonata para viola. Prometeu e, como sempre obrigatório, cumpriu a promessa.

É hora da imortalidade.

Retrato de Mitya Shostakovich por Boris Kustodiev, 1919

Kustodiev, que tinha o olhar aguçado de um artista, sentiu imediatamente: a singularidade da personalidade e do talento, ainda não reconhecida, mas óbvia e atraente para Kustodiev. É por isso que sua atitude para com Shostakovich tornou-se incomum e comovente.

O artista G. S. Vereisky ficou surpreso ao perceber como Kustodiev estava feliz, "ouvindo ... D. D. Shostakovich, então ainda um menino ... como ele gostava de seu jogo, como ... com grande gratidão ele se despediu dele e perguntou-lhe vir mais vezes para brincar com ele."
Ele gostava de desenhar Shostakovich: a penetração no personagem estava impressa em desenhos, retratos. O melhor é um retrato de 1919: uma criança pura e ingênua com notas de Chopin. Kustodiev apresentou o retrato à família Shostakovich, escrevendo: "Para meu amiguinho Mitya Shostakovich - do autor." Até hoje, este retrato está pendurado no escritório do compositor em um apartamento em Moscou na rua Nezhdanova.

Adoro o Concerto nº 2 para violoncelo e orquestra opus 126 (embora haja uma apresentação de Valentin Feigin com Maxim Shostakovich)

Shostakovich trabalhou como pianista.
Shostakovich tocou pela primeira vez em Light Tape em novembro-dezembro de 1923, um ano depois, em outubro-novembro de 1924 - no Splendid Palace, e a partir de 15 de fevereiro de 1925 tornou-se o pianista regular do cinema Piccadilly. Alguns anos depois, Shostakovich tocou em Varsóvia no Primeiro Concurso Internacional de Piano Chopin e recebeu um diploma honorário.

Naquela época, o compositor Alexander Glazunov era o diretor do conservatório. Primeiro anos pós-revolucionários estudantes talentosos que receberam bolsas de estudos receberam ajuda alimentar. A decisão de conceder bolsas às vezes era tomada pelo próprio Lunacharsky. Glazunov recorreu a Maxim Gorky, que havia estado em contato com Lunacharsky, com um pedido para marcar um encontro com ele. E assim ocorreu uma conversa entre Glazunov e Lunacharsky sobre Shostakovich.

Lunacharsky:

Quem é ele? Violinista? Pianista?

Glazunov:

Compositor.

Lunacharsky:

Quantos anos tem ele?

Glazunov:

Décimo quinto. Acompanha filmes. Recentemente, o chão pegou fogo sob ele, e ele tocou para que não houvesse pânico ... Ele é um compositor ...

Lunacharsky:

Como?

Glazunov:

Nojento.

Lunacharsky:

Por que eles vieram?

Glazunov:

Eu não gosto disso, mas esse não é o ponto. O tempo pertence a este menino.

Em 1923, Shostakovich formou-se no Conservatório em piano e em 1925 em composição. Ao mesmo tempo, uma garota apareceu na vida de um compositor novato. Tatyana Glivenko tinha a mesma idade de Shostakovich, era bonita, bem-educada e se distinguia por seu temperamento alegre e alegre. Shostakovich se apaixonou por um moscovita visitante e novos conhecidos começaram um relacionamento romântico e de longa data. No ano de seu encontro com Tatyana, o impressionável Dmitry começou a criar a Primeira Sinfonia.

Quando me conheci, disse que você era bonita e de repente me deparei com a mesma palavra na descrição de Dmitry Dmitrievich: “O nome da minha esposa é Irina Antonovna ... ela é muito boa, inteligente, alegre, simples, bonita. Ela usa óculos, não pronuncia as letras "l" e "r" ... "Mais:" Ela tem apenas um grande inconveniente: ela tem vinte e sete anos. A carência passou. E qual é a sensação de que o marido dela tem cem anos?

Nada especial. Só que isso não existe. E poderia ser.

Morando ao lado dele, você percebeu que ele era uma figura trágica?

Percebi, mas quem quer que tenhamos não é uma figura trágica, quem quer que levemos, todos são heróis do nosso tempo.

Existe uma escala de personalidade. Ele falou com você sobre o que ele estava passando?

Às vezes alguma coisa, no decorrer da vida, mas não para confessar. Ele era uma pessoa bastante reservada. Ele não gostava de falar sobre si mesmo.

E você não perguntou...

Eu provavelmente não perguntei. Certa vez, perguntei, sem sucesso, sobre entrar para o partido. Porque eu estava naquela reunião na Casa dos Compositores onde aconteceu. Ele disse: se você me ama, nunca pergunte sobre isso, foi chantagem. A gente morava bem perto um do outro. Ele estava doente e sua vida estava passando por mim, eu era necessário o tempo todo. Na verdade, entre marido e mulher, que conversas? Olhe - e tudo já está claro. Até nas costas. Pela expressão das costas.

Você já chorou enquanto estava casada com ele?

Não, eu não chorei.

Você não chora nada?

Não, acho que às vezes choro. Os alemães estavam fazendo um filme sobre ele, comecei a contar para eles sobre a “língua esópica”, eles não entenderam, comecei a explicar, comecei a lembrar e percebi que só estava chorando.

Ele chorou...

Uma vez, fiquei chocado quando ele foi chamado ao Comitê Central do ensaio da Décima Terceira Sinfonia, chegamos em casa e ele se jogou na cama e começou a chorar. Ele disse que seria forçado a filmar a estréia. Foi no dia seguinte ao famoso encontro de Khrushchev com a intelligentsia, Dmitry Dmitrievich - compositor famoso, e no Comitê Central eles pesaram tudo, para proibir o primeiro-ministro ou permitir. Quando ele chegou ao Comitê Central, eles decidiram que era melhor permitir. E depois proibir.

Ele chorou quando foi forçado a entrar na festa. Um amigo escreveu como, tendo chegado a ele no início da manhã, testemunhou uma forte histeria. Shostakovich chorou alto, em voz alta, repetindo: "Eles estão me perseguindo há muito tempo, me perseguindo ..." Um amigo lembrou quantas vezes Shostakovich disse que nunca se juntaria a um partido que criasse violência. Em resposta, Shostakovich anunciou sua firme decisão de não comparecer à reunião. “Parece-me que eles vão cair em si, terão pena de mim e me deixarão em paz.” Ele, porém, não apareceu - no dia marcado. Apareceu em outro. Lendo em um pedaço de papel: “Devo tudo o que há de bom em mim ...” - em vez de “o partido e o governo”, gritou dramaticamente: “... aos meus pais!”

E não te incomodou que ele fosse duas vezes mais velho?

Sabe, ele era muito charmoso. É claro que essas pessoas não se encontram de repente no mundo.

A primeira vez que ele ia se casar muito jovem. Em Tanya Glivenko, as filhas de um famoso filólogo, se encontraram na Crimeia. Mamãe, de quem Mitya era extremamente próximo, não permitia o casamento. Ela também não gostou do segundo amor de Mitya, Nina Varzar, filha de um famoso advogado. A hesitação de Mitya foi tão forte que ele não compareceu ao próprio casamento. Seis meses depois, eles se reconciliaram e se casaram, Galya e Maxim nasceram. Ele dedicou a música sensual de Lady Macbeth a Nina ("Shostakovich é sem dúvida o principal criador de música pornográfica na história da ópera", escreveu não o soviético, mas a imprensa americana).

Três anos após a morte de Nina Vasilievna, em algum evento, ele se aproximou de Margarita Andreevna Kainova, funcionária do Comitê Central do Komsomol, e perguntou se ela queria se tornar sua esposa. Depois de alguns anos, ele fugirá dela. Quando ela foi repreendida por sempre ter convidados, e o marido dela ser músico, ele deveria trabalhar, ela respondeu: e daí, que músico, meu primeiro marido também era músico - ele tocava sanfona de botão.

E um jogador nisso!

Por que não? Ele até me disse que na juventude ganhou uma quantidade substancial de preferência para comprar um apartamento cooperativo.

Você teve uma casa aberta?

Sim, havia muitas pessoas. Tínhamos uma governanta muito boa, Marya Dmitrievna Kozhunova. Antes da guerra, havia sua madrinha Fedosya Fedorovna, depois ela e até o fim. Ela estava cozinhando. Quando em 1948 pararam de tocar a música de Dmitry Dmitrievich, não havia absolutamente nenhum dinheiro na família, Fedosya Fedorovna e Marya Dmitrievna juntaram tudo o que ganharam nesta vida e vieram até Dmitry Dmitrievich: pegue, haverá dinheiro - devolva .

E então Stalin deu a ele cem mil ...

Mas Dmitry Dmitrievich contou uma história engraçada sobre como ele estava andando de bonde, um descendente de Rimsky-Korsakov entrou e gritou para todo o bonde: é verdade que Stalin deu a você cem mil para que você não ficasse chateado? Dmitry Dmitrievich se virou e saltou do bonde na parada mais próxima.

Quando foi anunciado um concurso para o hino, do qual participaram 40 poetas e 165 compositores, Stalin decidiu que cinco hinos iriam para a final: General Alexandrov, chefe do Coro Bandeira Vermelha do Exército Vermelho, compositor georgiano Iona Tuski, separadamente Shostakovich e separadamente Khachaturian e seus próprios - juntos. Foi a ordem especial de Stalin e, aparentemente, foi o último hino que teve chances. Stalin sugeriu pequenas emendas, perguntando se três meses seriam suficientes para os autores. Shostakovich respondeu rapidamente que cinco dias eram suficientes. Stalin não gostou da resposta. Ele aparentemente acreditava que um trabalho longo e meticuloso era necessário. E escolhi o hino do general.

Stalin brincou de gato e rato com Shostakovich, assim como brincou com Bulgakov e Pasternak. Em 1949, o líder precisou que o compositor partisse para os Estados Unidos como parte de um grupo de figuras culturais. O compositor recusou categoricamente. O próprio líder o chamou: por que você está recusando? Ao ouvir a referência à saúde, prometeu enviar um médico. Então Shostakovich disse: por que vou quando minha música é proibida? Literalmente no dia seguinte, apareceu uma Resolução repreendendo o Glavrepertkom e levantando a proibição. Sob a direção de Stalin, Shostakovich recebeu um novo apartamento grande, uma dacha de inverno, um carro e dinheiro no valor de 100.000 rublos.

Quando, após a morte de Stalin, o Decreto de 1948 foi completamente cancelado, Shostakovich, com seu humor nervoso característico, chamou Rostropovich e Vishnevskaya para irem até ele o mais rápido possível para beber vodca pelo “grande decreto histórico” sobre a abolição de o “grande decreto histórico”.

Ele era complicado no dormitório?

Para mim não. COM pessoas diferentes ele era diferente. Relativo conflito interno- o diretor veio até mim: o que, dizem, escolher a imagem de Leningrado para transmitir o personagem de Dmitry Dmitrievich. Eu diria que não só Dmitry Dmitrievich, mas todos nós vivíamos ao vento, em Leningrado existem ventos tão cortantes, parece que não são fortes, mas muito frios. A vida está ao vento e, consequentemente, o estresse. Leningrado geralmente forma uma personalidade, os habitantes de Leningrado são um certo tipo. Até Putin é uma pessoa típica de Leningrado em termos de demonstração de emoções. E Dmitry Dmitrievich ainda foi criado em Petersburgo, o que implica polidez, contenção, precisão no comportamento.

Dmitry Dmitrievich perguntou sobre sua vida?

Ele sabia. EM em termos gerais. Um anel estava encolhendo em torno do próprio Shostakovich. Quando, após a retirada da ópera Lady Macbeth, dos balés The Golden Age, The Bolt e The Bright Stream do repertório, ele foi rotulado de “inimigo do povo”, faltava um passo para a represália física. O sogro foi enviado para um acampamento perto de Karaganda. O barão Vsevolod Frederiks, marido da irmã mais velha de Maria, foi preso. Maria foi exilada para a Ásia Central.

Adrian Piotrovsky, que chefiava a Lenfilm, convocou Shostakovich a seu escritório e se ofereceu para escrever sobre seu relacionamento com o marechal Tukhachevsky preso. Foi no sábado. “O pior foi”, admitiu Shostakovich, “que ainda tínhamos que viver até o domingo”. Quando ele chegou na segunda-feira, viu uma secretária manchada de lágrimas: Piotrovsky havia sido levado.

E em 13 de junho de 1937, apareceu na imprensa uma mensagem sobre a execução de Tukhachevsky, de quem Shostakovich era amigo.

Você se considera uma mulher feliz?

Enquanto ele estava vivo - sim, claro. Muito. Ele assumiu tudo.

Existe outra versão: que ele era como uma criança.

Não. Ele determinou nossa vida - para onde iremos, para onde iremos, o que faremos.

Como ele tratou você? Como amigo, como um jovem?

Como uma parte de si mesmo.

Ou seja, houve uma união muito próxima?

Acho que sim. Havia uma base tão sólida. A base é forte. Não importa o que acontecesse, sabíamos que estávamos firmes. Confiabilidade nos relacionamentos. E foram muitas alegrias.

Tendo terminado o impressionante Oitavo Quarteto, ele, em sua característica ironia sombria, disse a um amigo: “... Escrevi um quarteto de que ninguém precisa e ideologicamente vicioso. Pensei que, se algum dia eu morrer, é improvável que alguém escreva uma obra dedicada à minha memória. Então eu decidi escrever um eu mesmo. Seria possível escrever na capa assim: “Dedicado à memória do autor deste quarteto”...

Na verdade, é terrível quando na última parte há dois epitáfios, e um deles é para mim. Aqui está ele, uma pessoa animada e calorosa - e escreve assim.

Pensei em uma qualidade rara - o sarcasmo na música. De onde vem isso em Shostakovich?

Mitya desde a juventude amou Gogol, Saltykov-Shchedrin, Zoshchenko, este é o primeiro. E a segunda... Uma vez eu estava no apartamento de Lado Gudiashvili, sua viúva mostrou desenhos cobertos com um pano, dizendo que não mostrava a ninguém. Então, quando havia "decisões históricas", Gudiashvili também ia a essas reuniões-sessões. E quando ele voltou para casa, ele se deu rédea solta para desenhos satíricos. Por exemplo, mentiras uma linda mulher, e homens com facas rastejam ao longo dela: eles destroem a beleza. Tudo por causa de uma irritação terrível. E Dmitry Dmitrievich compôs "Paraíso anti-formalista" na mesa, leve sua alma embora, ele não pensou que algum dia seria realizado.

Na introdução da partitura, é mencionado Opostylov, sob o qual se deduz um dos inescrupulosos perseguidores de Shostakovich, musicólogo e apparatchik (hoje diriam: tecnólogo político) Pavel Apostolov. Música e vida convergem - como farsa e como drama. 21 de junho de 1969 no Pequeno Salão do Conservatório - audição pública da extraordinária Décima Quarta Sinfonia. Shostakovich, já muito doente, entra inesperadamente no palco para prefaciar a performance com algumas palavras. Inclusive uma citação de Ostrovsky, que soava assim: “A vida nos é dada apenas uma vez, o que significa que precisamos vivê-la honestamente e com dignidade em todos os aspectos e nunca fazer algo que nos envergonhe”. O biógrafo de Shostakovich descreve o que aconteceu a seguir: "Durante este discurso em auditório de repente houve um barulho: um homem pálido como giz saiu do corredor ... E quando a última parte soou as palavras “Morte todo-poderosa. Ela está de guarda...”, no corredor do Conservatório já estavam apenas os restos mortais de um homem que, meia hora antes, tendo reunido as últimas forças, conseguiu abandonar o salão. Foi o apóstolo Paulo.

Como Dmitry Dmitrievich foi embora?

Ele esteve doente por muitos anos, eles não conseguiram encontrar a origem da doença. Eles disseram algo como poliomielite crônica. Eles os colocaram no hospital. Eles estavam cheios de vitaminas, forçados a se exercitar. Seis meses se passarão - novamente. Braço direito enfraquecido, perna direita. Dmitry Dmitrievich sofreu muito porque não sabia tocar piano. Quando eles olharam para ele, ele estava nervoso, moveu-se pior. Dois ataques cardíacos. Então câncer. O tumor estava no mediastino, não dava para ver. Por algum tempo, dei a ele um remédio com raízes de acônito, aconselhou Solzhenitsyn, fizeram uma tintura no Quirguistão e pedi a Aitmatov que trouxesse. Não cura, aparentemente, mas impede o desenvolvimento do tumor. O conhecido radiologista Tager olhou os tomogramas e disse que estava tudo bem, não tinha nada, parei de dar o remédio, e logo os médicos se reuniram e falaram: ah, não dá para fazer nada. Ele estava em casa, depois no hospital. Quando falaram que estava tudo ruim, pedi alta. Então ele ficou doente, ele foi levado embora novamente.

E como você está?

O que eu sou? Eu fiquei. Quando ele se foi, decidi que provavelmente viveria como se ele fosse, como se fôssemos dois, e deveria descobrir o máximo possível o que era melhor para ele. Melhor na música porque isso é o principal para ele.

Você quer escrever memórias?

Não quero.

Por que?

Certa vez, ele disse: se você escrever memórias sobre mim, aparecerei do outro mundo. Quem se importa como vivemos. Como eles conseguiram, então eles viveram.

Ele está sonhando com você?

Não. Ele disse que os mortos sonham com uma mudança no clima. Tive o mesmo sonho duas vezes, como se estivesse no apartamento de Leningrado da minha infância, estava escuro lá fora, as luzes estavam acesas em todos os cômodos, o vento levantava as cortinas e não havia ninguém.

Na primavera de 1957, os sons da XI sinfonia "1905" (op. 103) de Shostakovich foram ouvidos pela primeira vez. Esta obra-prima da arte sinfônica cantou a revolução de 1905, que Lenin chamou de ensaio geral para o Grande Outubro. Incrível, música dramática. Do amplo fluxo e entrelaçamento de melodias, a canção da revolução emergente explode poderosamente, o rugido do tiroteio é ouvido, a terra treme com o passo de massas gigantescas. Voleio segue voleio. Novos combatentes se erguem em formação cada vez menor e, acima deles, como uma bandeira vermelha em desenvolvimento, a canção da revolução troveja.

Nesta obra orquestral, Shostakovich aparece diante de nós como o grande criador de afrescos históricos. É interessante traçar o caminho que o compositor percorreu por meio de experimentos ousados, às vezes inusitados, até essa conquista monumental.

Dmitry Shostakovich nasceu em 12 de setembro de 1906 na família de um engenheiro de São Petersburgo. A primeira professora do futuro grande mestre foi sua mãe. Até os nove anos de idade, ele não tinha nenhuma habilidade musical especial. Mas então eles o colocaram ao piano - e seu talento extraordinário tornou-se completamente óbvio. Aos onze anos, ele escreveu uma sinfonia revolucionária e uma música de luto em memória das vítimas da revolução. A verdade é que a intenção supera em muito o conhecimento. jovem compositor, mas o poder criativo - ainda que expresso de forma infantil - é, sem dúvida, evidente.

No outono de 1919, as chamas da guerra civil se espalharam por toda a Rússia. No entanto vida de Música não se acalmou mesmo durante as batalhas mais difíceis. Este ano, Shostakovich se inscreve para admissão no Conservatório de Petrogrado. O primeiro que chamou a atenção para um jovem talentoso foi Glazunov. No conservatório, Shostakovich passa por um treinamento multifacetado. Ele estuda composição com Maximilian Steinberg e Leonid Nikolaev o treina como pianista.

O extraordinário zelo de Shostakovich é evidenciado pelo número de obras que ele compôs em seus anos de estudante. Há prelúdios para piano, e variações orquestrais, e dois contos de fadas para voz e orquestra, e numerosos scherzos, e Danças Fantásticas, e um trio para piano, violino e violoncelo, e, finalmente, a Primeira Sinfonia.

Tal produtividade e diligência devem ser ainda mais apreciadas por nós, pois naquela época Shostakovich se encontrava em condições muito difíceis. Após a morte do pai, todos os cuidados com o sustento da família recaem sobre seus ombros, e ganhar dinheiro é uma tarefa muito difícil - tocar piano no cinema.

12 de maio de 1926 Leningradsky Orquestra Sinfónica sob a direção de Nikolai Malko realiza o primeiro trabalho sinfônico compositor de vinte anos. O sucesso da música de Shostakovich é evidenciado pelo fato de que em 1927 a Primeira Sinfonia já foi executada em todo o mundo e na interpretação de maestros como Leopold Stokowski, Bruno Walter e Arturo Toscanini.

Toda a comunidade musical do mundo respeita a criação do jovem compositor soviético como uma obra madura e original. A sinfonia é moderna, mas não há desejo de originalidade a qualquer custo. As melodias do compositor são sinceras, ao mesmo tempo que ele possui senso de humor e grotesco. Sendo um aluno digno da grande escola russa, ele é um mestre no campo até dos mínimos detalhes, mas - como todos os sinfonistas genuínos - ele se esforça por um amplo escopo e, pode-se dizer com segurança, pela monumentalidade.

Então vem uma reviravolta inesperada. O pianista Shostakovich entra em competição com o compositor Shostakovich. Em 1927, participou do Concurso de Piano Chopin, embora tenha perdido o campeonato para tal intérprete que o segundo lugar dificilmente é considerado uma derrota: Lev Oborin foi o vencedor do concurso.

No entanto, Shostakovich expande seus conhecimentos não apenas nessa direção. Ele estuda intensamente a obra de compositores clássicos dos séculos XVIII-XIX. Sempre há sons meio brincalhões em seus ouvidos. palavras meio reprovadoras de Glazunov:

“Que homem de sorte você é, quantas coisas mais bonitas você tem a aprender na literatura musical!”

O jovem músico estuda com zelo de ferro e compõe com o mesmo zelo. Nos quatro anos que se passaram desde a criação da primeira sinfonia, ele compôs - listaremos apenas as obras principais - uma ópera, 2 sinfonias, 2 balés, uma sonata para piano e um octeto.

Esta fase frutífera se transforma diretamente em um período cheio de luta e, sem exagero, pode-se dizer bastante crítico. O compositor está cada vez mais envolvido no movimento da União Música contemporânea, onde conhece a música de Stravinsky, Hindemith, Alban Berg, Schoenberg e Krzenek. Shostakovich é jovem e não pode escapar da influência desses artistas ousados, mas altamente problemáticos. Com base na orientação modernista, surge a ópera O Nariz (1927-1928), sobre a qual o próprio compositor diz que a ênfase principal nela não está na música, mas em servir ao texto.

É característico da composição da obra que o libreto seja um genuíno "pasticcio" dramatúrgico (um pot-pourri musical, em voga no início do século XI). O fato é que o libretista utilizou, além de O Nariz, outras obras de Gogol: Taras Bulba, Dead Souls. Mas além de Gogol, a influência de Dostoiévski é sentida em alguns trechos do libreto. A estréia da ópera ocorreu em 12 de janeiro de 1930 no Leningrado Maly ópera. Apesar da brilhante produção, a ópera não foi um sucesso e logo saiu de cena.

Depois disso, Shostakovich se apresenta ao público com música de balé e novamente surpreende os conservadores. Saxofone, sanfona, banjo aparecem na orquestra, sem falar no xilofone e outros instrumentos inéditos na música sinfônica. Mas o balé também não tem sucesso.

Shostakovich ganhou muito mais reconhecimento como autor de música para os filmes "New Babylon", "Alone", "Golden Mountains", "Kantrilan" e - em um período posterior - "Maxim's Youth" (1936-1937), "Vyborg Side " (1938 ), "O Grande Cidadão" (1938-1939), "O Homem da Arma" (1938).

No entanto palco de ópera ainda atrai Shostakovich. A escolha do compositor recai sobre a conhecida história de Leskov "Lady Macbeth do distrito de Mtsensk" (o nome da ópera é "Katerina Izmailova") A estreia da ópera, que aconteceu em 22 de janeiro de 1934, causou forte sentimentos conflitantes. Parte do público - apesar dos efeitos sonoros um tanto modernistas - estava convencida da capacidade de Shostakovich de desenhar personagens com força incomum, acreditava na genialidade do artista, capaz de criar uma escala sutil de humores, percebeu aqueles fios habilidosos que conectam o ousado inovador em música com arte popular.

Mas a opinião oficial negou totalmente a ópera. Podemos até dizer condenado. Em artigo publicado em 26 de janeiro de 1936 no Pravda (se compararmos as datas de estreia e a publicação do artigo, é impossível não notar que naquela época já havia ocorrido um número significativo de apresentações), a música de Shostakovich foi chamado de caos, uma confusão desarmônica de fragmentos de melodias perseguindo um ao outro. Como resultado, o artigo chamou a ópera, e de fato toda a música de Shostakovich, de cacofonia.

O significado dessa crítica agora é percebido de forma diferente do que era há 25 anos. Se abordarmos a música de "Katerina Izmailova" do ponto de vista da musicologia, tendo em mente as óperas "Rigoletto", "Fausto", "Carmen", então, talvez, não se possa dizer o contrário: é o caos, a cacofonia. Mas se você seguir o caminho passo a passo, conquistas que são Dargomyzhsky, Mussorgsky, Debussy, Bartok, Alban Berg, e depois de superar esse desnível no desenvolvimento da música, volte-se para "Katerina Izmailova", então não rejeitaremos mais este trabalho com tanta crueldade, como foi na crítica publicada em um das edições do "Pravda" de 1936.

De qualquer forma, o referido artigo fez Shostakovich pensar: por mais difícil que fosse para ele aceitar críticas devastadoras, ele percebeu que havia se isolado das massas, que a maioria do público não poderia segui-lo também. caminho ousado de descobertas musicais.

Quando a guerra estourou em 1941, Shostakovich sentiu que os artistas precisavam sair do estado de isolamento e lutar junto com o povo. Ele sobreviveu ao horror do cerco de Leningrado.

Em 1941, nasceu a notável Sinfonia VII de Leningrado de Shostakovich. Este é um monumento majestoso aos heróis. Isso é admiração pela cidade, que, no bloqueio, no meio da fome, do bombardeio feroz, não vacilou, não cedeu ao inimigo.

Nestes dias difíceis de guerra e bloqueio, Shostakovich encontra forças para orquestrar Boris Godunov, compor músicas para canções baseadas em textos de Shakespeare e Burns e, após uma pausa de seis anos, expressar seus sentimentos no Quarteto de violinos.

Uma após a outra, as sinfonias VIII, IX, X, XI saem de sua pena. Shostakovich escreve incríveis concertos para violino, concerto para violoncelo e concertos para piano com orquestra. Shostakovich está gradualmente se tornando um grande mestre da música, que, após a era juvenil de "Storm and Onslaught", adquire sua própria voz, que agora ecoa não apenas nas paredes do escritório artista brilhante mas também o mundo inteiro.

Tudo estava em seu destino - reconhecimento internacional e ordens domésticas, fome e perseguição das autoridades. Dele herança criativa sem precedentes na cobertura de gênero: sinfonias e óperas, quartetos de cordas e concertos, balés e trilhas sonoras de filmes. Um inovador e um clássico, criativamente emocional e humanamente modesto - Dmitry Dmitrievich Shostakovich. O compositor é um clássico do século XX, um grande maestro e artista brilhante que experimentou os tempos difíceis em que teve que viver e criar. Levava a sério as angústias do seu povo, nas suas obras ouve-se claramente a voz de um lutador contra o mal e de um defensor das injustiças sociais.

Leia uma breve biografia de Dmitry Shostakovich e muitos fatos interessantes sobre o compositor em nossa página.

Breve biografia de Shostakovich

Na casa onde Dmitry Shostakovich veio a este mundo em 12 de setembro de 1906, agora existe uma escola. E então - tenda de teste da cidade, que estava a cargo de seu pai. Da biografia de Shostakovich, ficamos sabendo que aos 10 anos, sendo um estudante do ensino médio, Mitya toma uma decisão categórica de escrever música e apenas 3 anos depois se torna aluno do conservatório.

O início dos anos 20 foi difícil - o tempo de fome foi agravado por sua grave doença e a morte repentina de seu pai. O Diretor do Conservatório mostrou grande participação no destino de um aluno talentoso A.K. Glazunov, que nomeou para ele uma bolsa de estudos aumentada e organizou a reabilitação pós-operatória na Crimeia. Shostakovich lembrou que andava para estudar apenas porque não conseguia entrar no bonde. Apesar das dificuldades de saúde, em 1923 formou-se pianista e em 1925 como compositor. Apenas dois anos depois, sua Primeira Sinfonia é tocada pelas melhores orquestras do mundo sob a direção de B. Walter e A. Toscanini.

Possuindo uma incrível capacidade de trabalho e auto-organização, Shostakovich escreve rapidamente suas próximas obras. Em sua vida pessoal, o compositor não estava inclinado a tomar decisões precipitadas. A tal ponto que permitiu que a mulher com quem teve um relacionamento próximo por 10 anos, Tatyana Glivenko, se casasse com outra por causa de sua relutância em decidir sobre o casamento. Ele pediu a astrofísica Nina Varzar em casamento, e o casamento repetidamente adiado finalmente aconteceu em 1932. Após 4 anos, apareceu a filha Galina, depois de mais 2 - filho Maxim. De acordo com a biografia de Shostakovich, desde 1937 ele se tornou professor e depois professor no conservatório.

A guerra trouxe não apenas tristeza e tristeza, mas também uma nova inspiração trágica. Junto com seus alunos, Dmitry Dmitrievich queria ir para a frente. Quando eles não me deixaram entrar, quis ficar em minha amada Leningrado cercada pelos nazistas. Mas ele e sua família foram levados quase à força para Kuibyshev (Samara). O compositor não voltou para sua cidade natal, após a evacuação se estabeleceu em Moscou, onde continuou lecionando. O decreto “Sobre a ópera A Grande Amizade de V. Muradeli” emitido em 1948 declarou Shostakovich um “formalista” e seu trabalho era antipovo. Em 1936, eles já tentaram chamá-lo de "inimigo do povo" após artigos críticos no Pravda sobre "Lady Macbeth do distrito de Mtsensk" e "The Bright Path". Essa situação pôs fim ao aprofundamento das pesquisas do compositor nos gêneros ópera e balé. Mas agora não apenas o público, mas a própria máquina estatal caiu sobre ele: ele foi demitido do conservatório, privado do cargo de professor, parou de publicar e executar composições. No entanto, era impossível não notar um criador desse nível por muito tempo. Em 1949, Stalin pediu-lhe pessoalmente que fosse para os EUA com outras figuras culturais, devolvendo todos os privilégios selecionados por consentimento, em 1950 recebeu o Prêmio Stalin pela cantata Canção das Florestas e em 1954 tornou-se artista do povo A URSS.

No final do mesmo ano, Nina Vladimirovna morreu repentinamente. Shostakovich sofreu muito com essa perda. Ele era forte em sua música, mas fraco e desamparado nas questões cotidianas, cujo fardo sempre foi carregado por sua esposa. Provavelmente, é justamente o desejo de reordenar a vida que explica sua novo casamento apenas um ano e meio depois. Margarita Kainova não compartilhava dos interesses do marido, não apoiava seu círculo social. O casamento durou pouco. Ao mesmo tempo, o compositor conheceu Irina Supinskaya, que após 6 anos se tornou sua terceira e última esposa. Ela era quase 30 anos mais nova, mas essa união quase não foi caluniada pelas costas - o círculo íntimo do casal entendeu que o gênio de 57 anos estava perdendo gradualmente a saúde. Logo no show, sua mão direita começou a ser retirada, e então o diagnóstico final foi feito nos EUA - a doença é incurável. Mesmo quando Shostakovich lutava a cada passo, isso não impedia sua música. O último dia de sua vida foi 9 de agosto de 1975.

Fatos interessantes sobre Shostakovich

• Shostakovich era um ávido torcedor do clube de futebol Zenit e até mantinha um caderno com todos os jogos e gols. Seus outros hobbies eram as cartas - jogava paciência o tempo todo e gostava de jogar "rei", aliás, exclusivamente por dinheiro e vício em fumar.
• O prato preferido do compositor eram os bolinhos caseiros feitos com três tipos de carne.
• Dmitry Dmitrievich trabalhava sem piano, sentava-se à mesa e anotava as notas no papel imediatamente em plena orquestração. Ele possuía uma capacidade de trabalho tão única que podia pouco tempo reescrever completamente o seu ensaio.
• Shostakovich buscou por muito tempo o retorno ao palco de "Lady Macbeth do distrito de Mtsensk". Em meados da década de 1950, ele fez uma nova edição da ópera, chamando-a de Katerina Izmailova. Apesar de um apelo direto a V. Molotov, a produção foi novamente proibida. Somente em 1962 a ópera viu o palco. Em 1966, o filme de mesmo nome foi lançado com Galina Vishnevskaya no papel-título.

• Para expressar todas as paixões sem palavras na música de "Lady Macbeth do distrito de Mtsensk", Shostakovich usou novas técnicas quando os instrumentos guincharam, tropeçaram e fizeram barulho. Ele criou formas sonoras simbólicas que dotam os personagens de uma aura única: uma flauta alto para Zinovy ​​​​Borisovich, contrabaixo para Boris Timofeevich, violoncelo para Serguei, oboé E clarinete - para Katherine.
• Katerina Izmailova é um dos papéis mais populares do repertório operístico.

• Shostakovich está entre os 40 mais executados compositores de ópera paz. Mais de 300 apresentações de suas óperas são dadas anualmente.
• Shostakovich é o único dos "formalistas" que se arrependeu e realmente renunciou ao seu trabalho anterior. Isso causou atitude diferente para ele dos colegas, e o compositor explicou sua posição pelo fato de que, caso contrário, ele não teria mais permissão para trabalhar.
• O primeiro amor do compositor, Tatyana Glivenko, foi recebido calorosamente pela mãe e pelas irmãs de Dmitry Dmitrievich. Quando ela se casou, Shostakovich a convocou com uma carta de Moscou. Ela chegou a Leningrado e ficou na casa dos Shostakovichs, mas ele não conseguiu se decidir a convencê-la a deixar o marido. Ele deixou as tentativas de reatar relações somente após a notícia da gravidez de Tatiana.
• Um dos mais músicas famosas, escrito por Dmitry Dmitrievich, soou no filme de 1932 "Counter". Chama-se - "A Canção do Contador".
• Por muitos anos, o compositor foi deputado do Soviete Supremo da URSS, recebeu "eleitores" e, da melhor maneira possível, tentou resolver seus problemas.

• Nina Vasilievna Shostakovich gostava muito de tocar piano, mas depois do casamento ela parou, explicando que seu marido não gostava de amadorismo.
• Maxim Shostakovich lembra que viu seu pai chorar duas vezes - quando sua mãe morreu e quando ele foi forçado a entrar na festa.
• Nas memórias publicadas dos filhos, Galina e Maxim, o compositor aparece como sensível, carinhoso e pai amoroso. Apesar de sua ocupação constante, ele passava tempo com eles, levava-os ao médico e até tocava músicas populares no piano durante as festas infantis em casa. Vendo que sua filha não gostava de tocar o instrumento, ele permitiu que ela não aprendesse mais a tocar piano.
• Irina Antonovna Shostakovich lembrou que durante a evacuação para Kuibyshev ela e Shostakovich moravam na mesma rua. Ele escreveu a Sétima Sinfonia lá, e ela tinha apenas 8 anos.
• A biografia de Shostakovich conta que em 1942 o compositor participou de um concurso para compor o hino da União Soviética. Também participou da competição A. Khachaturyan. Depois de ouvir todas as obras, Stalin pediu aos dois compositores que compusessem um hino juntos. Eles fizeram isso, e seu trabalho entrou na final, junto com os hinos de cada um deles, variantes de A. Alexandrov e do compositor georgiano I. Tuski. No final de 1943, foi feita a escolha final, foi a música de A. Aleksandrov, anteriormente conhecida como o "Hino do Partido Bolchevique".
• Shostakovich tinha um ouvido único. Estando presente nos ensaios orquestrais de suas obras, ele ouviu imprecisões na execução de até mesmo uma nota.

• Nos anos 30, o compositor esperava ser preso todas as noites, então colocou uma mala com o essencial ao lado da cama. Naqueles anos, muitas pessoas de sua comitiva foram baleadas, incluindo as mais próximas - o diretor Meyerhold, o marechal Tukhachevsky. O sogro e o marido da irmã mais velha foram exilados para o acampamento, e a própria Maria Dmitrievna foi enviada para Tashkent.
• O oitavo quarteto, escrito em 1960, foi dedicado pelo compositor à sua memória. Ele abre com um anagrama musical de Shostakovich (D-Es-C-H) e contém os temas de muitas de suas obras. A dedicatória "indecente" teve que ser alterada para "Em memória das vítimas do fascismo". Ele compôs essa música chorando depois de entrar na festa.

Criatividade de Dmitry Shostakovich

A mais antiga das obras sobreviventes do compositor, o fis-moll Scherzo, é datada do ano em que ele entrou no conservatório. Durante seus estudos, sendo também pianista, Shostakovich escreveu muito para este instrumento. trabalho de formatura tornou-se Primeira Sinfonia. Este trabalho foi um sucesso incrível e o mundo inteiro aprendeu sobre o jovem compositor soviético. A inspiração de seu próprio triunfo resultou nas seguintes sinfonias - a Segunda e a Terceira. Eles se unem pela forma inusitada - ambos têm partes corais baseadas em poemas de poetas atuais da época. No entanto, o próprio autor posteriormente reconheceu essas obras como malsucedidas. Desde o final da década de 1920, Shostakovich escreve músicas para filmes e teatro dramático- para ganhar dinheiro e não obedecer ao impulso criativo. No total, ele projetou mais de 50 filmes e performances de diretores de destaque - G. Kozintsev, S. Gerasimov, A. Dovzhenko, Vs. Meyerhold.

Em 1930, aconteceram as estreias de sua primeira ópera e balé. E " Nariz"de acordo com a história de Gogol, e" era de ouro» sobre as aventuras do time de futebol soviético no hostil Ocidente recebeu críticas ruins dos críticos e depois de pouco mais de uma dúzia de apresentações em longos anos deixou o palco. O balé seguinte também não teve sucesso, “ Parafuso". Em 1933, o compositor interpretou a parte para piano na estreia do seu Concerto para Piano de estreia, em que a segunda parte a solo foi dada ao trompete.

Dentro de dois anos, a ópera " Lady Macbeth do distrito de Mtsensk”, que foi realizada em 1934 quase simultaneamente em Leningrado e Moscou. O diretor do desempenho da capital foi V.I. Nemirovich-Danchenko. Um ano depois, "Lady Macbeth ..." cruzou as fronteiras da URSS, conquistando os palcos da Europa e da América. Desde o primeiro soviete ópera clássica o público ficou encantado. Bem como do novo balé do compositor "The Bright Stream", que tem um libreto de pôster, mas está repleto de magníficas músicas de dança. O fim da vida de palco bem-sucedida dessas apresentações foi colocado em 1936 após uma visita à ópera de Stalin e artigos subsequentes no jornal Pravda "Confusão em vez de música" e "Falsidade de balé".

No final do mesmo ano, a estreia de um novo quarta sinfonia, os ensaios orquestrais estavam acontecendo na Filarmônica de Leningrado. No entanto, o show foi cancelado. O ano de 1937 que se aproximava não trazia expectativas otimistas - as repressões estavam ganhando força no país, uma das pessoas próximas a Shostakovich, o marechal Tukhachevsky, foi baleada. Esses eventos deixaram sua marca na música trágica Quinta Sinfonia. Na estreia em Leningrado, o público, sem conter as lágrimas, arranjou uma ovação de quarenta minutos para o compositor e a orquestra regida por E. Mravinsky. A mesma formação de artistas dois anos depois tocou a Sexta Sinfonia, a última grande obra de Shostakovich antes da guerra.

Em 9 de agosto de 1942, ocorreu um evento sem precedentes - uma apresentação no Grande Salão do Conservatório de Leningrado Sétima ("Leningrado") sinfonia. O discurso foi transmitido pelo rádio para o mundo inteiro, abalando a coragem dos habitantes da cidade ininterrupta. O compositor escreveu esta música tanto antes da guerra como durante os primeiros meses do bloqueio, terminando em evacuação. No mesmo local, em Kuibyshev, em 5 de março de 1942, com orquestra Teatro Bolshoi a sinfonia foi tocada pela primeira vez. No aniversário do início da Grande Guerra Patriótica, foi realizada em Londres. Em 20 de julho de 1942, um dia após a estreia da sinfonia em Nova York (regida por A. Toscanini), a revista Time saiu com um retrato de Shostakovich na capa.

A Oitava Sinfonia, escrita em 1943, foi criticada por seu humor trágico. E a Nona, que estreou em 1945 - pelo contrário, pela "leveza". Após a guerra, o compositor trabalhou em músicas para filmes, composições para piano e cordas. 1948 pôs fim à execução das obras de Shostakovich. Os ouvintes conheceram a próxima sinfonia apenas em 1953. E a Décima Primeira Sinfonia em 1958 foi um incrível sucesso de público e recebeu o Prêmio Lenin, após o qual o compositor foi totalmente reabilitado pela resolução do Comitê Central sobre a abolição do “ resolução formalista”. A décima segunda sinfonia foi dedicada a V.I. Lenin, e os dois seguintes tiveram forma incomum: foram criados para solistas, coro e orquestra - a décima terceira para os versos de E. Yevtushenko, a décima quarta - para os versos diferentes poetas unidos pelo tema da morte. A décima quinta sinfonia, que se tornou a última, nasceu no verão de 1971, sua estreia foi regida pelo filho do autor, Maxim Shostakovich.

Em 1958, o compositor assume a orquestração de " Khovanshchina". Sua versão da ópera estava destinada a se tornar a mais popular nas próximas décadas. Shostakovich, contando com o cravo do autor restaurado, conseguiu limpar a música de Mussorgsky de camadas e interpretações. trabalho semelhante foi realizada por ele vinte anos antes com " Boris Godunov". Em 1959, aconteceu a estreia da única opereta de Dmitry Dmitrievich - “ Moscou, Cheryomushki”, o que causou surpresa e foi aceito com entusiasmo. Três anos depois, com base na obra, foi lançado um popular filme musical. Em 60-70 o compositor escreve 9 quartetos de cordas, trabalhando duro obras vocais. A última composição do gênio soviético foi a Sonata para Viola e Piano, executada pela primeira vez após sua morte.

Dmitry Dmitrievich escreveu música para 33 filmes. "Katerina Izmailova" e "Moscou, Cheryomushki" foram filmados. No entanto, ele sempre dizia a seus alunos que escrever para o cinema só era possível sob a ameaça da fome. Apesar de ter composto música para cinema apenas por uma taxa, ela contém muitas melodias de incrível beleza.

Entre seus filmes:

• "Oncoming", diretores F. Ermler e S. Yutkevich, 1932
• Trilogia sobre Maxim dirigida por G. Kozintsev e L. Trauberg, 1934-1938
• "Homem com uma arma", dirigido por S. Yutkevich, 1938
• "Jovem Guarda", dirigido por S. Gerasimov, 1948
• "Encontro no Elba", diretor G. Alexandrov, 1948
• O Gadfly, dirigido por A. Feinzimmer, 1955
• Hamlet, diretor G. Kozintsev, 1964
• "King Lear", diretor G. Kozintsev, 1970

A indústria cinematográfica moderna costuma usar a música de Shostakovich para criar arranjo musical fotos:

A figura de Shostakovich ainda é tratada de forma ambígua, chamando-o de gênio ou de oportunista. Ele nunca se manifestou abertamente contra o que estava acontecendo, percebendo que com isso perderia a oportunidade de escrever música, que era o principal negócio de sua vida. Essa música, mesmo décadas depois, fala eloquentemente tanto da personalidade do compositor quanto de sua atitude em relação à sua época terrível.

Vídeo: assista a um filme sobre Shostakovich

13 de maio. /ITAR-TASS/. Um dos cinemas mais antigos de São Petersburgo - "Rodina" - em maio de 2014 comemora seu centenário.

O edifício onde hoje se encontra o centro de cinema foi construído em 1914-1915 em Praça Manezhnaya projetado por graduados da Academia Imperial de Artes, arquitetos K. S. Pokrovsky e B. Ya. Botkin.

Inicialmente, foi concebido como um local para a Sociedade de Crédito Provincial de Petrogrado, que até 1918 ocupava os andares superiores do edifício. Sob a demonstração de “fotografia ao vivo”, como era chamado o cinematógrafo na época, foi alocado o mezanino.

Em 1917, foi inaugurado no edifício o cinema "Palácio Esplêndido" ("Palácio Brilhante"), assim denominado pelo esplendor da decoração.

Shostakovich o pianista e as primeiras estreias soviéticas

Um ano depois, a estreia do primeiro filme soviético aconteceu no cinema. longa metragem"Seal", filmado de acordo com o roteiro do Comissário do Povo para a Educação Lunacharsky. No átrio existe uma placa comemorativa em mármore dedicada a esta estreia.

Desde 1924, em solidariedade à classe trabalhadora alemã, o cinema passou a se chamar Rot-Front e o usou até o final da Segunda Guerra Mundial.

Em 1930, a estréia do primeiro filme sonoro soviético "Start in Life" aconteceu aqui. Antes deste evento, a série visual de filmes era acompanhada pelo jogo de um pianista. Um aluno do conservatório, o jovem D.D., trabalhou aqui como pianista. Shostakovich.

De 1929 a 1934 vários teatros funcionaram no pequeno salão do cinema: "Espelho Torto", "Teatro de Pequenas Formas", bem como o grupo de teatro "Comédia" sob a direção do diretor Ya. B. Frid.

O primeiro cinema infantil do país

Em 1937, por Decreto do Presidium do Soviete Supremo da URSS, o cinema Rot-Front recebeu o status de primeiro cinema infantil do país.

Em 1942, durante o bloqueio, foi instalada no cinema uma árvore de Natal para crianças de orfanatos e foram realizadas festas de ano novo. E no final de 1945, após a Vitória no Grande guerra patriótica, o cinema recebeu um novo nome - "Pátria".

Atualmente, os festivais de cinema são realizados no Rodina City Children's Cinema Center, são exibidos filmes não comerciais, festivais, não-ficção e de animação de autor. O centro de cinema foi premiado com a Medalha de Ouro Lenfilm e a Federação da Imprensa de Cinema de São Petersburgo “Por muitos anos de trabalho educacional por meio da cinematografia”, e também tem inúmeros agradecimentos de crianças, organizações públicas e de caridade.

Em 2009, por decisão do Conselho Público da cidade, o Rodina Cinema Center foi incluído na "Lista de bens imobiliários localizados no território de São Petersburgo, cuja finalidade é valiosa para os residentes de São Petersburgo e é recomendado para conservação."
Na elaboração do material, foram utilizadas informações fornecidas pelo cinema Rodina.
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